domingo, 14 de setembro de 2008

Pensamento...


Com o passar do tempo tudo muda.

Muitas coisas, no meu tempo, seriam impensáveis nos dias de hoje, e muitas coisas nos dias de hoje seriam prematuras no meu tempo.

Isso não quer dizer que as coisas no meu tempo fossem melhores ou piores, o que interessa é que cada um saiba viver o seu tempo...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Tempos que já lá vão...


Desde a minha meia dúzia
que larguei a bonecada
entre a escola e a casa da tia,
era o fim da macacada.

De manhã era estudar,
depois do almoço os T.P.C,
Só depois a brincadeira
e era quase a tarde inteira...

Tarde inteira às "cassadinhas",
escondidas, sameira, "patela", pião,
tempo ainda para cordas, elástico, futebol,
"Mata", Iô-iô e camalião
havia tempo para todo o rol...
Rol de brincadeira sem brinquedo,
tanta hora de alegria,
sem mago, sem segredo,
mas sempre muita magia...
Magia até no pneu
com um pau de cada lado,
muita rua ele desceu,
até ficar esborrachado...
Esborrachada é que eu não ía,
até ao rio com minha tia,
mortinha por lá chegar
nem lembrava de calçar.
Qual pedra qual quê,
qual asfalto a queimar,
nem que fosse a correr,
eu queria era lá chegar...

Chegar lá para brincar
com a água sempre a correr,
tinha sempre que inventar,
antes do anoitecer...
Ao anoitecer acabava,
o mundo de fantasia,
não sabia a quase nada,
tudo o que se passava de dia.

Muitas negras, muitas feridas,
muitas medalhas herdei,
mas este mundo da minha infância,
jamais esquecerei!




segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ser Poeta

O verdadeiro poeta não é aquele que sabe rimar
Mas sim aquele que com um pau constrói uma caravela

É aquele que esculpe sem material artístico
Que navega num mar de várias cores

É espectador da vida real
realizador e argumentista da vida real.

Espírito que vagueia em mundo de carnais
Anjo que mesmo sem asas voa.

Alimenta-se de sonhos
Bebe ideias

Ser poeta, é ser prisioneiro em fuga da prisão...


Samuel Gomes, in Antologia Poética - Amante das Leituras 2008

domingo, 7 de setembro de 2008

E ainda sou tua Mãe


Senta-te aqui, na minha frente
Somos adultos, somos pessoas, somos gente.
Tenho tantas saudades da tua voz…
Senta-te meu filho. Vamos falar de nós.
Sei que corres, corres como um louco
Sei que o teu tempo é sempre pouco
Mas, por favor, meu filho, senta-te aqui
Quero tanto ouvir-te. Olhar para ti
Não. Não te vou falar das minhas dores
Nem de velhos e passageiros amores
Também não falarei do que gasto em medicamentos
Não. Da minha boca não vão sair lamentos
Do salário que recebo, não te quero falar
Porque o meu dinheiro, sempre teve de chegar.
Sabes, é tempo de para de fingir
As lágrimas asfixiaram o meu rir
Resta-me o medo que consigas adivinhar
Que nada mais tenho, agora, para te dar.
Foste o dono da minha vida inteira
Mesmo longe, estive sempre à tua beira
Tirei pedras e urtigas do teu caminho
E fiquei contigo quando ficaste sozinho
Afinal, meu filho, ainda não conseguiste falar…
Sabes meu amor, é triste a solidão
Dói tanto o desprezo que me tens dados
Só espero que os filhos que te enchem o coração
Nunca te façam sentir um ser abandonado
Mas, se algum dia, tiveres essa dor também
Estarei lá contigo. Ainda sou tua Mãe.





Maria de Lurdes dos Anjos

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

De regresso...


Vamos lá...
Vou ver se me dedico de corpo e alma a este meu cantinho.
Para recomeçar, escrevi um pequeno texto a "moi même".
Aqui vai...

Nova década, novo acordar
novo sentir, novo despertar
A perspectiva é diferente
mas sinto-me contente.
Sinto o Verão eterno,
mas sei que virá o Inverno,
agora vou é desbundar
e os meus dias desfrutar
rodeada de Amizade,
de Amor e Saudade,
dar valor aos momentos,
esquecer contratempos.

Viva os 30!!!